·
Visão
de Mundo dos alunos e alunas da EJA.
Peculiar, ricos em experiências
vividas (diversidade).
“Chegam
com crenças e valores já constituídos”.
Alunos: Homens e mulheres de origens,
idades, profissões, históricos escolares, ritmo de aprendizagem e estrutura de pensamentos
variados.
Pessoas
da vida adulta, culturais, responsáveis, valores éticos e morais vindos da
experiência vivida.
Psicologia (passado): Crianças e
Jovens (produção do intelecto), adulto (estabilização do individuo), velhice
(deterioração).
Psicologia (atual): Contradiz a
psicologia passada. Jovens e adultos com características distintas.
Jovens:
Mais rápidos, pouca experiência.
Adultos: Mais lentos, Muita
experiência.
O Aludo de EJA: Visão de Mundo voltada
ao “ver” e ao “fazer”.
Escolher
a escola: Aflorar o “ver” (investigar, pensar, saber curioso).
·
Os
conhecimentos já adquiridos.
Saber Sensível: Pré-reflexivo, essencial,
pré-científico. Anterior a construção cultural (5 sentidos). Bastante usado em
“Artes”. Experiência de Vida, receptivos a situações de aprendizagem. Porta de
entrada do raciocínio lógico, reflexivo.
“Olhar, escutar, tocar, cheirar e
saborear são as aberturas para nosso mundo interior. Despertar desse saber”.
Saber Cotidiano: Concreto, produção de soluções
(vida), aprendido e consolidado, “senso comum”, não sistêmico. Conhecimento do
aluno EJA: Práticas sociais. Conhecimento escolar só é útil quando valoriza os
saberes do aluno.
·
Procura
pela Escola
Fatores externos: família, emprego,
acessibilidade.
O que esperar nem sempre é o que a
escola dá (aula tradicional ou dinâmica).
Escola acolhedora: Compreender a visão
e objetivo dos alunos. Aprender novas experiências.
Principais desafios da Escola: Profº e
aluno que provocam e produzem conhecimento; Alunos como sujeito ativo,
participativo (cultura, economia e social).
·
As
diferentes raízes culturais
Diversidade de origens: Migração de
cidades (melhores condições de vida). Anos 60 e 70.
Metrópoles da região Sul e Sudeste:
Sala do EJA é um retrato do Brasil.
Físico,
modo de falar, agir e ragir, lazer, culinária e música.
Outras regiões: Alunos do campo.
Busca
por trabalho fixo ou continuar estudos.
Origens e bagagens diferentes dos
alunos.
Cultura: Ações, construções, produções
e manifestações de grupos em múltiplas linguagens.
Conjunto Cultural: Alunos de uma sala,
ricos em vivencias.
AS MARCAS DA EXCLUSÃO
·
A
condição sócio-economica
Alunos do EJA (geral): Baixa renda,
vivem com o básico.
Lazer: Família, festas (religiosas),
TV.
Analfabetismo: Questão pedagógica,
social e política (Paulo Freire, 1960).
Educar
a favor dos pobres, transformar a pobreza.
·
A
baixa auto-estima.
Estimulada pelo fracasso escolar,
desvalorização pessoal.
Desempenho pedagógico comprometido,
medo da escola.
“Fracasso escolar: Inaptidão do aluno
ou da estrutura escolar?”
Diversos
fatores: Interação alunos x escola x profº x família.
Dimensão social: Política, econômica
e sociedade (desigualdade).
Memória escolar: Boas e más (matérias,
vivências, professores, etc.).
Professores: Determinantes no
sucesso ou fracasso escolar dos alunos.
Preconceito com as dificuldades dos
alunos: Corrosivos para a auto-estima.
Marcas na identidade do individuo,
vergonha de perguntar, nervosismo com avaliações e indisciplina.
Papel do Professor: Valorização dos
saberes do aluno (bagagem cultural), resgate da auto-estima escolar.
·
A
marca do trabalho (maioria dos alunos EJA).
Experiência de trabalho muito cedo.
Seja
trabalhar fora ou cuidar do lar e dos irmãos.
Regiões Rurais: Trabalho começa mais
cedo.
Colheitas,
chuva e seca. Escola distante fisicamente e intelectualmente.
Alunos EJA: Assistem aula após dia corrido
de trabalho.
Trabalho: Motivo que saíram e voltaram
para a escola.
Trabalho
como obrigação, pouco “engrandecedor”, cansativo.
Adquirem
vários saberes vividos.
Professor deve conhecer o trabalho de
seus alunos. Compreender suas experiências.
Escola pode ajudar na atuação do
trabalho. Potencializar competências.
Compreender
esferas de trabalho: Formal e Informal, apresentar caminhos possíveis.
O QUE A ESCOLA REPRESENTA PARA OS
JOVENS E ADULTOS
Escola: Espaço de socialização, transformação
social, construção de conhecimentos.
·
A
escola como espaço de sociabilidade
Sai do espaço de trabalho e âmbito
familiar (novo espaço).
Rotina de estudos (grupo de estudo).
Contato com outras vivências, novo
modo de ver e agir no mundo.
·
Como
favorecer essa rede de relações?
Trabalhos em grupo: Espaço de
socialização (vivência).
Discutir ideias e buscar soluções.
Aproximar pessoas.
·
A
escola como espaço de inserção social
1940: Primeiras iniciativas contra o
analfabetismo entre adultos; Era visto como mal social; Analfabeto era visto
como incapaz; Prejudicial à economia.
1950: Analfabeto – Eleitor potencial;
participação de todos.
1960: Analfabetismo = Politica de
desigualdade social.
Paulo Freire: Libertação,
transformar a realidade social.
Educação: Ato político. “Educação
Democrática e Libertadora”.
Comprometimento com realidade
social, econômica e cultural.
Relacionar
conteúdos, conceitos e contextos.
·
A
importância de conhecer o que sabem os alunos
Iniciar conteúdo a partir de sondagem.
Conhecer o que os alunos já sabem
ajuda o planejamento de situações de aprendizagem.
Estabelecer relações entre novos e
antigos conhecimentos dos alunos.
·
A
escola e sua dimensão cultural
Escola: Espaço privilegiado de
divulgação da cultura.
Local,
regional, nacional; povos e épocas diferentes.
Historicamente a cultura européia
(branca) foi dominante.
Faz
pouco tempo outras culturas ganharam espaço.
Cultura local deve ter seu lugar
garantido, mas a escola deve apresentar culturas variadas.
·
A
escola como espaço de conhecimentos, especialmente da alfabetização.
Conjunto de saberes produzidos pelo
contato professor x aluno.
Conhecimento vivo, mutável,
compartilhado e transformado.
Produção do conhecimento: Fazer,
descobrir, criar, construir, relacionar, refletir...
Primordial: Aprender a aprender;
leitura e escrita direcionadas ao saber reflexivo, a produção do conhecimento.
Leitura
e escrita: Ferramentas de inclusão.
Analfabetismo: Vários estágios,
heterogêneo.
·
O
que os jovens e adultos “não alfabetizados” sabem sobre a escrita.
Entre o “saber” e “não saber” existem
estágios intermediários.
Não
saber ler e escrever não significa ser totalmente destituído de conhecimentos
sobre escrita.
Emilia Ferreiro: Estudo sobre
conhecimento de escrita dos alunos analfabetos.
1º Conhecem sobre a função da
escrita para a sociedade. Similar a ideia das crianças.
2º Resistência para escrever: Só
querem escrever quando tiverem domínio razoável, objetivo para a escrita e a leitura seja significante para
algo ou alguém.
3º Compreensão da função social da
língua (significado dos textos, embalagens, cartazes, letreiros). Ligam objetos que conhecem aos escritos neles
contidos (suposição entre objeto x escrito).
4º Distinguem desenhos de escritas.
5º Distinguem números de letras, facilidade
com calculo mental.
6º Ligação entre o que se fala e se
escreve, segmento de textos e separação de palavras.
7º Dificuldade com divisões
silábicas. Uma letra é igual a uma silaba.
8º Exigência da profissão (trabalho)
contribui para busca da alfabetização (buscam auxilio de visinhos, parentes e amigos).
9º Possuem critérios quanto repetir
e ter muitas letras em uma palavra (Não pode repetir letras, palavras grandes acompanham os objetos
grandes ).
10º Distinção entre “o que se
escreve” e “o que se lê”.
11º Sabem que a escrita muda a
partir do objetivo do texto.
“Compreendem os efeitos da escrita a
linguagem”.
COMO
CONHECER O QUE AS ALUNAS E ALUNOS NÃO ALFABETIZADOS PENSAM SOBRE A ESCRITA (Técnicas
para conhecer as experiências e conhecimentos prévios dos alunos)
·
As
entrevistas em pequenos grupos
O grupo (alunos de uma mesma sala)
ajuda a quebrar a vergonha, apresentar questões para todos de forma geral.
Questões sobre o cotidiano, suas vivencias.
·
Atividades
que ajudam a conhecer como alunos pensam a escrita
Criar situações onde o aluno mostra
suas ideias sobre a escrita.
·
Cartões
para leitura (mínimo de 10 cartões)
Palavras reais, com números variados
de letras, repetidas ou não.
Símbolos e letras não convencionais.
Avaliar seus conhecimentos sobre signo
e significado.
·
O
reconhecimento das marcas, dos rótulos
Relação aluno x escrita do cotidiano.
Montar um quadro de rótulos e ler o
que o aluno conhece só como rótulo, e como rótulo e escrita.
·
Imagem
com frase (Ex. Mulher que saiu da Bahia para São Paulo).
Compreender como um analfabeto se
insere num contexto cotidiano para letrados.
Respostas sobre o que ele pensaria ou
faria em determinadas situações (utilizar os relatos).
Autores:
Rafaela Angeloni.
Rodrigo Bastos.
Thaminne Coutinho.
Textos base:
Trabalhando com
a educação de jovens e adultos – A sala de aula como espaço de vivência e
aprendizagem. MEC.
Trabalhando com
a educação de jovens e adultos – Alunas e alunos do EJA. MEC.
Referências
Bibliográficas
ALFABETIZAÇÃO e
Cidadania - Revista de Educação de Jovens e Adultos.
Parceiria na
alfabetização de jovens e Adultos, nº 5. RAAB, 1997.
ALFABETIZAÇÃO e
Cidadania - Revista de Educação de Jovens e Adultos. Práticas
Educativas e a
Construção do Currículo.
BARRETO, José
Carlos; org. Aprender é viver - uma reflexão sobre o conhecimento.
Vereda - Centro
de Estudos em Educação - São Paulo -1996.
FREIRE,
Madalena; org. - Rotina: construção do tempo na relação pedagógica. -
Cadernos de
Reflexão Espaço Pedagógico. São Paulo, 1998.
FREIRE,
Madalena; Rotina: a construção do tempo na relação pedagógica. São
Paulo; Espaço
Pedagógico, 1992.
FREIRE,
Madalena; Tarefa e a construção do conhecimento. São Paulo: Espaço
Pedagógico,
1992.
FREIRE,
Madalena; Grupo indivíduo, saber e parceiria: malhas do conhecimento.
São Paulo;
Espaço Pedagógico, 1994.
KLEIMAN, Ângela
B (et. Al.). O ensino e a formação do professor: alfabetização de
jovens e adultos.
Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
NOVOA, Antônio
(org). Vidas de professores. Porto: Porto Editorial, 1996.
Secretaria da
Educação do Estado da Bahia, Para Ler e escrever: orientações
para o
alfabetizador. Salvador, 1999.
BAHIA,
Secretaria da Educação. Para ler e escrever: orientações para o
alfabetizador.
Salvador, 1999.
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