segunda-feira, 7 de março de 2016

ESQUEMA: Alunas e alunos de E.J.A.


·         Visão de Mundo dos alunos e alunas da EJA.
Peculiar, ricos em experiências vividas (diversidade).
            “Chegam com crenças e valores já constituídos”.
Alunos: Homens e mulheres de origens, idades, profissões, históricos escolares, ritmo de aprendizagem e estrutura de pensamentos variados.
            Pessoas da vida adulta, culturais, responsáveis, valores éticos e morais vindos da experiência            vivida.
Psicologia (passado): Crianças e Jovens (produção do intelecto), adulto (estabilização do individuo), velhice (deterioração).
Psicologia (atual): Contradiz a psicologia passada. Jovens e adultos com características distintas.
            Jovens: Mais rápidos, pouca experiência.
            Adultos: Mais lentos, Muita experiência.
O Aludo de EJA: Visão de Mundo voltada ao “ver” e ao “fazer”.
            Escolher a escola: Aflorar o “ver” (investigar, pensar, saber curioso).

·         Os conhecimentos já adquiridos.
Saber Sensível: Pré-reflexivo, essencial, pré-científico. Anterior a construção cultural (5 sentidos). Bastante usado em “Artes”. Experiência de Vida, receptivos a situações de aprendizagem. Porta de entrada do raciocínio lógico, reflexivo.
            “Olhar, escutar, tocar, cheirar e saborear são as aberturas para nosso mundo interior. Despertar   desse saber”.
Saber Cotidiano: Concreto, produção de soluções (vida), aprendido e consolidado, “senso comum”, não sistêmico. Conhecimento do aluno EJA: Práticas sociais. Conhecimento escolar só é útil quando valoriza os saberes do aluno.

·         Procura pela Escola
Fatores externos: família, emprego, acessibilidade.
O que esperar nem sempre é o que a escola dá (aula tradicional ou dinâmica).
Escola acolhedora: Compreender a visão e objetivo dos alunos. Aprender novas experiências.
Principais desafios da Escola: Profº e aluno que provocam e produzem conhecimento; Alunos como sujeito ativo, participativo (cultura, economia e social).

·         As diferentes raízes culturais
Diversidade de origens: Migração de cidades (melhores condições de vida). Anos 60 e 70.
Metrópoles da região Sul e Sudeste: Sala do EJA é um retrato do Brasil.
            Físico, modo de falar, agir e ragir, lazer, culinária e música.
Outras regiões: Alunos do campo.
            Busca por trabalho fixo ou continuar estudos.
Origens e bagagens diferentes dos alunos.
Cultura: Ações, construções, produções e manifestações de grupos em múltiplas linguagens.
Conjunto Cultural: Alunos de uma sala, ricos em vivencias.

AS MARCAS DA EXCLUSÃO
·         A condição sócio-economica
Alunos do EJA (geral): Baixa renda, vivem com o básico.
            Lazer: Família, festas (religiosas), TV.
Analfabetismo: Questão pedagógica, social e política (Paulo Freire, 1960).
            Educar a favor dos pobres, transformar a pobreza.

·         A baixa auto-estima.
Estimulada pelo fracasso escolar, desvalorização pessoal.
Desempenho pedagógico comprometido, medo da escola.
“Fracasso escolar: Inaptidão do aluno ou da estrutura escolar?”
            Diversos fatores: Interação alunos x escola x profº x família.
            Dimensão social: Política, econômica e sociedade (desigualdade).
Memória escolar: Boas e más (matérias, vivências, professores, etc.).
            Professores: Determinantes no sucesso ou fracasso escolar dos alunos.
Preconceito com as dificuldades dos alunos: Corrosivos para a auto-estima.
            Marcas na identidade do individuo, vergonha de perguntar, nervosismo com avaliações e indisciplina.
Papel do Professor: Valorização dos saberes do aluno (bagagem cultural), resgate da auto-estima escolar.

·         A marca do trabalho (maioria dos alunos EJA).
Experiência de trabalho muito cedo.
            Seja trabalhar fora ou cuidar do lar e dos irmãos.
Regiões Rurais: Trabalho começa mais cedo.
            Colheitas, chuva e seca. Escola distante fisicamente e intelectualmente.
Alunos EJA: Assistem aula após dia corrido de trabalho.
Trabalho: Motivo que saíram e voltaram para a escola.
            Trabalho como obrigação, pouco “engrandecedor”, cansativo.
            Adquirem vários saberes vividos.
Professor deve conhecer o trabalho de seus alunos. Compreender suas experiências.
Escola pode ajudar na atuação do trabalho. Potencializar competências.
            Compreender esferas de trabalho: Formal e Informal, apresentar caminhos possíveis.

O QUE A ESCOLA REPRESENTA PARA OS JOVENS E ADULTOS
Escola: Espaço de socialização, transformação social, construção de conhecimentos.

·         A escola como espaço de sociabilidade
Sai do espaço de trabalho e âmbito familiar (novo espaço).
Rotina de estudos (grupo de estudo).
Contato com outras vivências, novo modo de ver e agir no mundo.

·         Como favorecer essa rede de relações?
Trabalhos em grupo: Espaço de socialização (vivência).
Discutir ideias e buscar soluções. Aproximar pessoas.

·         A escola como espaço de inserção social
1940: Primeiras iniciativas contra o analfabetismo entre adultos; Era visto como mal social; Analfabeto era visto como incapaz; Prejudicial à economia.
1950: Analfabeto – Eleitor potencial; participação de todos.
1960: Analfabetismo = Politica de desigualdade social.
            Paulo Freire: Libertação, transformar a realidade social.
            Educação: Ato político. “Educação Democrática e Libertadora”.
            Comprometimento com realidade social, econômica e cultural.
                        Relacionar conteúdos, conceitos e contextos.


·         A importância de conhecer o que sabem os alunos
Iniciar conteúdo a partir de sondagem.
Conhecer o que os alunos já sabem ajuda o planejamento de situações de aprendizagem.
Estabelecer relações entre novos e antigos conhecimentos dos alunos.

·         A escola e sua dimensão cultural
Escola: Espaço privilegiado de divulgação da cultura.
            Local, regional, nacional; povos e épocas diferentes.
Historicamente a cultura européia (branca) foi dominante.
            Faz pouco tempo outras culturas ganharam espaço.
Cultura local deve ter seu lugar garantido, mas a escola deve apresentar culturas variadas.

·         A escola como espaço de conhecimentos, especialmente da alfabetização.
Conjunto de saberes produzidos pelo contato professor x aluno.
Conhecimento vivo, mutável, compartilhado e transformado.
Produção do conhecimento: Fazer, descobrir, criar, construir, relacionar, refletir...
Primordial: Aprender a aprender; leitura e escrita direcionadas ao saber reflexivo, a produção do conhecimento.
            Leitura e escrita: Ferramentas de inclusão.
Analfabetismo: Vários estágios, heterogêneo.

·         O que os jovens e adultos “não alfabetizados” sabem sobre a escrita.
Entre o “saber” e “não saber” existem estágios intermediários.
            Não saber ler e escrever não significa ser totalmente destituído de conhecimentos sobre escrita.
Emilia Ferreiro: Estudo sobre conhecimento de escrita dos alunos analfabetos.
              1º Conhecem sobre a função da escrita para a sociedade. Similar a ideia das crianças.
             2º Resistência para escrever: Só querem escrever quando tiverem domínio razoável, objetivo para a     escrita e a leitura seja significante para algo ou alguém.
          3º Compreensão da função social da língua (significado dos textos, embalagens, cartazes, letreiros). Ligam objetos que conhecem aos escritos neles contidos (suposição entre objeto x escrito).
              4º Distinguem desenhos de escritas.
              5º Distinguem números de letras, facilidade com calculo mental.
              6º Ligação entre o que se fala e se escreve, segmento de textos e separação de palavras.
              7º Dificuldade com divisões silábicas. Uma letra é igual a uma silaba.
            8º Exigência da profissão (trabalho) contribui para busca da alfabetização (buscam auxilio de visinhos,             parentes e amigos).
            9º Possuem critérios quanto repetir e ter muitas letras em uma palavra (Não pode repetir letras, palavras             grandes acompanham os objetos grandes ).
            10º Distinção entre “o que se escreve” e “o que se lê”.
            11º Sabem que a escrita muda a partir do objetivo do texto.
            “Compreendem os efeitos da escrita a linguagem”.

COMO CONHECER O QUE AS ALUNAS E ALUNOS NÃO ALFABETIZADOS PENSAM SOBRE A ESCRITA (Técnicas para conhecer as experiências e conhecimentos prévios dos alunos)

·         As entrevistas em pequenos grupos
O grupo (alunos de uma mesma sala) ajuda a quebrar a vergonha, apresentar questões para todos de forma geral. Questões sobre o cotidiano, suas vivencias.


·         Atividades que ajudam a conhecer como alunos pensam a escrita
Criar situações onde o aluno mostra suas ideias sobre a escrita.

·         Cartões para leitura (mínimo de 10 cartões)
Palavras reais, com números variados de letras, repetidas ou não.
Símbolos e letras não convencionais.
Avaliar seus conhecimentos sobre signo e significado.

·         O reconhecimento das marcas, dos rótulos
Relação aluno x escrita do cotidiano.
Montar um quadro de rótulos e ler o que o aluno conhece só como rótulo, e como rótulo e escrita.

·         Imagem com frase (Ex. Mulher que saiu da Bahia para São Paulo).
Compreender como um analfabeto se insere num contexto cotidiano para letrados.
Respostas sobre o que ele pensaria ou faria em determinadas situações (utilizar os relatos).

Autores:
Rafaela Angeloni.
Rodrigo Bastos.
Thaminne Coutinho.


Textos base:
Trabalhando com a educação de jovens e adultos – A sala de aula como espaço de vivência e aprendizagem. MEC.
Trabalhando com a educação de jovens e adultos – Alunas e alunos do EJA. MEC.

Referências Bibliográficas
ALFABETIZAÇÃO e Cidadania - Revista de Educação de Jovens e Adultos.
Parceiria na alfabetização de jovens e Adultos, nº 5. RAAB, 1997.
ALFABETIZAÇÃO e Cidadania - Revista de Educação de Jovens e Adultos. Práticas
Educativas e a Construção do Currículo.
BARRETO, José Carlos; org. Aprender é viver - uma reflexão sobre o conhecimento.
Vereda - Centro de Estudos em Educação - São Paulo -1996.
FREIRE, Madalena; org. - Rotina: construção do tempo na relação pedagógica. -
Cadernos de Reflexão Espaço Pedagógico. São Paulo, 1998.
FREIRE, Madalena; Rotina: a construção do tempo na relação pedagógica. São
Paulo; Espaço Pedagógico, 1992.
FREIRE, Madalena; Tarefa e a construção do conhecimento. São Paulo: Espaço
Pedagógico, 1992.
FREIRE, Madalena; Grupo indivíduo, saber e parceiria: malhas do conhecimento.
São Paulo; Espaço Pedagógico, 1994.
KLEIMAN, Ângela B (et. Al.). O ensino e a formação do professor: alfabetização de
jovens e adultos. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
NOVOA, Antônio (org). Vidas de professores. Porto: Porto Editorial, 1996.
Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Para Ler e escrever: orientações
para o alfabetizador. Salvador, 1999.
BAHIA, Secretaria da Educação. Para ler e escrever: orientações para o
alfabetizador. Salvador, 1999.

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