1
– Qual das iniciativas escolares exibidas no vídeo mais te chamou a atenção?
Das
iniciativas escolares apresentadas no vídeo “Quando sinto que já sei” a qual me
chamou mais a atenção foi a presença de espaços livres para a aprendizagem.
Essa atitude muda não só o cenário escolar, mas também a forma como as crianças
passam a aprender, de maneiraespontânea e ilimitada. O interesse em descobrir,
em pesquisar, em questionar, a interação com as outras crianças ou com o
educador, a formação de sentimentos de respeito, solidariedade e afetividade
auxiliam no desenvolvimento do aluno como um todo, promove a autonomia. Esse
modelo de escola nos faz refletir como a prática educacional vem sendo abordada
no Brasil, e se apresenta como uma alternativa inovadora na educação.
Segundo Rubem
Alves, em “Gaiolas e Asas”, ele relata uma metáfora entre as diferentes
escolas: “Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas. E segue a
explicação do aforismo: Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros
desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controlo.
Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser.
Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a
essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros
engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos
pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o
voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser
encorajado.”Concluindo, percebemos que essas instituições “encorajam o voo de
seus pássaros”, as crianças não são “pássaros engaiolados”, presos em salas de
aula, e sim livres para descobrir a arte de voar.
2
– Enquanto educadora, você gostaria de trabalhar em uma escola inovadora como
as do vídeo?
Enquanto
educadora, eu adoraria trabalhar em uma escola como as apresentadas no vídeo
“Quando sinto que já sei”. Considerando que o perfil dos educandos muda com o
tempo, a prática educativa requer transformações, precisa ser repensada.
Partindo dessa concepção, uma escola tradicional deixa de ter sentido quando se
pensa na formação integral do aluno, na construção da sua autonomia,
responsabilidade, solidariedade e pensamento crítico.
Uma instituição
que valorize a criança como produtor de seu conhecimento, como protagonista de
seu processo de aprendizagem é capaz de entende-la como outro ser humano. E é
um ambiente como este que eu gostaria de atuar. Seria muito gratificante para
um profissional formado na área educacional ter a possibilidade de vivenciar
experiências como as mostradas no vídeo. Trocar aprendizagens, agir como um
mediador, estimular a criatividade, perceber que o aluno tem prazer em
aprender, que questionem a realidade, pesquisem, desenvolvam o senso crítico,
que não se contentem em apenas assimilar o conteúdo, isso é muito satisfatório.
Sinto que nem tudo está perdido, mas se temmuito a fazer. E nada se faz
sozinho, mas sim em conjunto. Esse vídeo é capaz de sensibilizar, de fazer
refletir sobre as ações pedagógicas.
3
– Já enquanto mãe ou pai de aluno (a), você gostaria que seu (sua) filho(a)
estudasse em uma escola assim? Confiaria em suas práticas? Se sim, o que
responderia quando lhe perguntassem: “E o vestibular???”.
No papel de mãe,
eu gostaria que meu filho(a) estudasse em uma escola inovadora, e eu confiaria
nas práticas pedagógicas da mesma. Quanto ao vestibular, eu não temeria, e
usaria como argumento: meu filho matriculado em uma escola como esta, não
deixará de aprender as regras gramaticais ou ortográficas, ou a tabuada, ou as
operações básicas. O que muda é a forma como a aprendizagem é abordada, ela não
ocorre desvinculada aos conteúdos, acontece de forma significativa para o
aluno.
E essa
aprendizagem para ser significativa e eficiente exige, de um lado, crianças
questionadoras, inquietas, investigativas e produtoras de conhecimento e de
outro, um profissional mediador, que não apenas transmita informações. Dessa
forma, seria impossível uma aprendizagem que tenha significado para meu filho
em uma escola tradicional, em uma instituição que só jogue os conteúdos para as
crianças absorverem, onde elas reproduzem modelos prontos e acabados. O
conhecimento não é pronto e nem acabado, ele é construído. Aí sim, ele tem
sentido! Ele vai saber fazer não só o uso de uma fórmula, por exemplo, mas o
motivo desse uso, ao contrário de ações mecanizadas. E a partir do exposto,
creio que ele estará pronto para um vestibular
4
– Você conhece alguma escola, ONG ou entidade que oferece algum atendimento
semelhante ao exibido. Se sim, relate. Se não, pesquise a respeito e relate
também.
Eu não conheço
nenhuma escola, ONG ou entidade que oferece atendimento semelhante ao vídeo. Ao pesquisar, encontrei o projeto CIEJA - Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos,
Campo Limpo - SP. O CIEJA reformulou o currículo para fortalecer a autonomia
dos estudantes. A instituição era um Centro de Educação Municipal de Ensino
Supletivo (Ciemens), que pouco discutia o interesse dos alunos e da comunidade.
Quando Eda
assume a gestão dessa instituição, resolve ouvir os educandos, até mesmo para
entender as taxas de evasão. Percebe então, que era necessário realizar
mudanças, a fim de aproximar a escola da comunidade. Com sua equipe, Eda
reformulou o Projeto Político-Pedagógico, envolvendo os alunos, as famílias e
os funcionários da instituição. Dessa forma, a estrutura curricular do CIEJA apresenta
horários flexíveis e os alunos podem estudar tanto pela manhã quanto à noite. Optou-se
também por modelos de aulas flexíveis, para atender alunos que trabalham. Esse
modelo curricular visa integrar as disciplinas, tomando a aprendizagem mais
eficiente. A interação com a comunidade permite que os alunos tragam para a
escola as discussões e saberes dos moradores.
O CIEJA trabalha
com quatro grandes áreas do conhecimento: Linguagens e Códigos (disciplinas de
Português e Inglês), Ciências Humanas (disciplinas de História e Geografia),
Ciências do Pensamento (disciplinas de Ciências e Filosofia) e Ensaios Lógicos
e Artísticos (disciplinas de Matemática e Artes).
O espaço escolar
se tornou um centro de referência para a comunidade, um lugar de lazer, de
reflexão e até de resolução de problemas. Os educandos passaram a se sentir
valorizados e as avaliações apresentaram resultados significativos. As famílias,
por estarem envolvidas no ambiente escolar, têm a oportunidade de trabalhar com
facilidadeno processo de aprendizagem de seus filhos,especialmente dos alunos
com deficiência.
5
– Pense nas disciplinas do currículo escolar básico, em especial na disciplina
de Língua Portuguesa, e na escola convencional que ainda vivenciamos. Nosso
ideal é trabalhar interdisciplinarmente e também esse é nosso grande desafio.
Apesar das dificuldades, algumas iniciativas, alguns projetos já são realizados
em várias escolas. Conhece algum projeto assim, que envolve a comunidade
escolar como um todo, ou pelo menos parte das disciplinas?
Eu não conheço
nenhum projeto interdisciplinar que envolva a comunidade escolar ou parte das
disciplinas. Ao pesquisar, encontrei uma matéria na revista Nova Escola, de um
projeto que buscava alternativa para um problema que há alguns anos tomou conta
do Brasil: o “apagão”, que gerou o
racionamento de energia. Esse projeto foi desenvolvido no Colégio Santa Maria
(SP), envolvendo as disciplinas de Ciências, Matemática, Geografia, Língua
Portuguesa, História e Ensino Religioso, as quais foram colocados a serviço da
resolução de um problema real, de forma integrada. O projeto visava a
construção de uma aquecedor solar, a fim de reduzir o consumo de energia
elétrica.
Dessa forma,“a
professora de Geografia trabalhou o clima brasileiro e conceitos de orientação
utilizando a bússola, para que todos localizassem o norte, direção para onde a
placa do aquecedor deveria estar voltada ao ser instalada sobre as casas; a de
Matemática pediu uma pesquisa sobre o consumo de energia dos eletrodomésticos e
explorou conceitos de proporção ao calcular com a garotada o tamanho das placas
solares de acordo com o volume das caixas d'água; em História, foram resgatados
os motivos econômicos que causaram a degradação do meio ambiente brasileiro; nas
aulas de Ciências, os estudantes pesquisaram as fontes de energia no país e
quais alternativas apresentam menos impacto ambiental; com a professora de
Língua Portuguesa, eles bolaram questionários para entrevistar as famílias que
receberiam o equipamento; o objetivo das aulas de Ensino Religioso foi orientar
os estudantes no contato com a comunidade, para que eles compreendessem as
razões das diferenças entre a realidade deles e a dos moradores de bairros
carentes.”A orientadora do projeto ainda relata que foi ideia das crianças
doarem os aquecedores para a população.
Autores:
Rafaela Angeloni.
Rodrigo Bastos.
Thaminne
Coutinho.
Referências
Bibliográficas
Vídeo: Quando
sinto que já sei. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg.
Acesso em: 30 ago. 2014.
ALVES, Rubem. Gaiola
e Asas. Disponível em:http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0512200109.htm.
Acesso em: 02 set. 2014.
Projeto
Interdisciplinar Colégio Santa Maria. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/interdisciplinaridade-avanco-educacao-426153.shtml.
Acesso em: 03 set. 2014.
Projeto CIEJA.
Disponível em:
http://educacaointegral.org.br/experiencias/cieja-campo-limpo-reformulou-o-curriculo-para-fortalecer-a-autonomia-dos-estudantes/.
Acesso em: 03 set. 2014.
Nenhum comentário:
Postar um comentário