O que é o Mito
O mito não é
lenda ou pura fantasia, é verdade. No entanto, a verdade do mito origina de uma
intuição compreensiva de realidade, onde as raízes se afundam na afetividade e
emoção. O mito ainda expressa o que queremos e tememos, o modo como somos
atraídos para as coisas e o modo como nos afastamos. Outra maneira para melhor
caracterizar o mito é o mistério, pois ele sempre é um enigma a ser decifrado e
como tal representa nosso espanto diante do mundo.
Contudo, o mito
não se reduz a simples mentira, ele faz parte da vida humana desde sua origem e
persiste até hoje no nosso cotidiano como uma das experiências possíveis do
existir humano, expressas por meio de nossas crenças, nossos temores e os
desejos que nos mobiliza.
Atualmente os mitos não ocorrem com
a mesma força com que impuseram nas sociedades tribais, porque o exercício da
crítica racional permite legitimar ou rejeitar quando nos desumanizam.
As Funções do Mito
O mito pode ser
explicado, por alguns teóricos, pelas funções que desempenha no cotidiano da
tribo, tendo como finalidade assegurar a tradição e a sobrevivência do grupo. A
origem da agricultura – Segundo o mito indígena tupi, o alimento básico da
tribo, a mandioca, nasce do túmulo de uma criança chamada Mandi; no mito grego,
Perséfone é levada por Hades para seu castelo tenebroso, mas, a pedido da mãe,
Deméter, retorna em certos períodos: esse mito simboliza o trigo enterrado como
semente e renascendo como planta.
A fertilidade
das mulheres – Para os Aruntas, os espíritos dos mortos esperam a hora de
renascer e penetram no ventre das mulheres quando elas passam por certos
lugares. O Caráter mágico das danças e desenho – Quando os homens
pré-históricos faziam pinturas nas paredes das cavernas, representando a
captura das renas talvez não pretendesse enfeitá-las nem apenas mostrar suas
habilidades pictóricas, mas agir magicamente, para garantir de antemão o
sucesso das caçadas; essa suposição se deve ao fato de que geralmente os
desenhos eram feitos nas partes mais escuras da caverna.
O Mito como Estrutura
O estruturalismo
fez do francês Claude Lévi-Strauss o seu mais célebre representante. A corrente estruturalista trata de procurar a
estrutura básica que explica os mais diversos mitos, conduta que prioriza mais
o sistema do que os elementos que o compõe. Um fato isolado, ou seja, um mito
isolado não possui significado em si.
Lévi-Strauss
busca os elementos invariantes, que persistem em diferenças superficiais, já
que outros teóricos entendiam os mitos pelas suas funções e se apoiavam em
elementos particulares, no contexto histórico de um povo ou na subjetividade.
Segundo
Lévi-Strauss, o mito não é um lugar de fantasia, mas pode ser compreendido a
partir de uma estrutura lógico-formal, pelo lugar que cada elemento ocupa em
determinada estrutura. Assim ele explica: “não pretendemos mostrar como os
homens pensam nos mitos, mas como os mitos [através das estruturas] se pensam
nos homens, e à sua revelia.” O Cru e o Cozido. SP. Cosac &Naify, 2004. p.
31.
O Mito nas Civilizações Antigas
As primeiras
grandes civilizações, como Mesopotâmia, Egito, Índia, China e Israel se
diferenciaram das tribais por desenvolverem novas técnicas, progresso agrícola,
pastoreio e comércio, instauração da hierarquia na seção social e escravidão.
As duas primeiras são as mais antigas e teriam surgido por volta do final do 4º
milênio a.C. Sabe-se que essas datas são aproximativas, então dependem de
interpretações históricas muitas vezes divergentes entre si. Nestas
civilizações antigas, o mito era componente importante da cultura.
Os deuses gregos
habitavam o topo do Monte Olímpio, comandavam o trabalho, as relações sociais e
políticas dos seres humanos. Eram imortais, mas possuíam características de
seres humanos. Muitas vezes, apaixonavam-se por mortais e acabavam tendo filhos
com estes. Desta união surgiram os heróis.
Hércules
Hércules é o
nome romano do semideus grego Heracles. Filho de Zeus e de Alcmena, mortal e
esposa de Anfitrião. Este, furioso com a traição, decide matar Alcmena,
queimando-a viva. Zeus manda nuvens de chuva e impede a morte de Alcmena.
Assim, nasce Hércules.
Hera, esposa de Zeus, manda duas
serpentes ao berço de Hércules com a finalidade de matá-lo, sabendo da traição.
Por sua vez, Hércules as destrói com as próprias mãos.
Por assassinar sua esposa e seus
filhos, Hércules é punido e deve realizar doze trabalhos. Com êxito na prática
dessas atividades, atinge a imortalidade. Assim é transportado ao Olímpio e se
casa com a Hebe, a deusa da juventude.
Poetas Gregos:
1. Homero
A origem dos
mitos gregos se dápor tradição oral,
por não existir a escrita. Eram recitados em praça púbica por poetas,
conhecidos como aedos e rapsodos.
Para Homero, cuja existência é duvidosa por
não se saber a época exata em que viveu ou se realmente viveu, é atribuía
autoria de duas obras épicas, Ilíada e Odisséia em que, a primeira tem como
enredo a Guerra de Tróia e a segunda o retorno de Ulisses a sua terra natal.
As epopéias representavam importância
significativa na vida dos gregos por desempenhar um papel pedagógico,
descrevendo a história desse povo e transmitindo traços e valores culturais,
por meio de narrações dos grandes feitos dos deuses e antepassados. Os deuses,
nas epopéias, interferiam nas ações dos heróis, para protegê-lo ou para
prejudicar os inimigos, tornando-os assim dependentes do destino e dos deuses
já que estes atribuíram aos heróis virtudes, não agindo de forma autônoma.
Virtude para os gregos significava
excelência e superioridade, objetivo do herói guerreiro.
2. Hesíodo
O mais antigo poeta grego, que
viveu por volta do final do séculoVIII e começo do século VII a.C.
Hesíodo procurou em suas obras
superar o tom impessoal das epopéias, construindo características novas da
época que se inicia – Arcaica. Da mesma forma, sua obra reflete a influência
dos mitos.
Na obra Teagonia, a narrativa se
desenvolve em torno de temas como a origem dos deuses e do mundo e a ascensão
de Zeus ao poder. As forças que surgem da natureza dão origem aos deuses. Do
caos origina-se o Cosmo.
Em “O Escudo de Hércules”, obra
marcada por um tom heróico, é considerada autoria de Hesíodo apenas um trecho.
Como Homero, há estudiosos que negam sua existência, fazendo atribuições dessas
obras a um ciclo de poetas.
O Mito Hoje
Augusto Comte,
fundador do positivismo que explica a evolução da humanidade, define a
maturidade do espírito humano pela superação de todas as formas míticas e
religiosas. Assim, opõe radicalmente mito e razão, ao mesmo tempo em que
inferioriza o mito como tentativa fracassada de explicação da realidade.
O mito hoje
existe por meio de crenças, temores e desejos, mas não tem tanto poder quanto
antigamente, já que o pensamento crítico racional do indivíduo é capaz de
encontrar explicações mais lógicas para os acontecimentos.
Ao criticar o
mito para se valorizar a ciência como a única forma de sabedoria, cria- se o
“mito do cientificismo”, o que reduz a teoria do positivismo, já que a existem
outras formas de interpretar o real, como a filosofia, o senso comum, a
religião e a arte, todas enraizadas em mitos.
Para compreensão do ser, o mito é o ponto
de partida, a manifestação essencial do viver humano. Percebemos que o mito
ainda permanece em histórias em quadrinhos, onde há luta entre o bem e o mal
(Maniqueísmo), sendo o primeiro representado por um herói e o segundo um
bandido ou outro ser do mal; em contos de fadas, torna a tomar os mitos
universais contra as forças maléficas; na política, as correntes de pensamento
supõem cenários míticos, movendo em direção a valores que em seguida, são
explicados pela razão; as comemorações de casamento, aniversário, ano novo nos
remetem aos rituais.
Autores:
Rafaela Angeloni
Rodrigo Bastos
Rodrigo Bastos
Thaminne
Coutinho
Referencias
Bibliográficas
http://www.recantodasletras.com.br/biografias/919983
<<01/03/16>>
http://www.infoescola.com/mitologia-grega/hercules/
<<01/03/16>>
O Cru e o
Cozido. SP. Cosac &Naify, 2004. p. 31.
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